Hoje é terça-feira, quase três horas da tarde, vim almoçar com a minha família pra comemorar o aniversário do meu pai e estou aqui, fazendo um pouco de nada, de pernas pra cima, até que dê a hora de ir pra faculdade, à noite, supervisionar um estágio e dar uma disciplina. Faz um calor apocalíptico.
Como Millenium vejo que o trabalho tomou uma proporção identitária em nossas vidas. Venho também de uma semana de férias onde descobri algo muito importante sobre mim: eu desconhecia a sensação de estar relaxada. Em um dado momento, já com alguns dias de férias, me peguei pensando: "acho que estou com sono". Era um meio de manhã, após uma noite bem dormida e em que eu estava me sentindo felizinha. Não uma explosão de alegria, aquela felicidade tranquila, sabe? E foi aí que me dei conta. O que eu estava sentindo não era sono. Esta felicidadezinha morna e ausência de tensão corporal e intelectual chama-se relaxamento. E eu sou tão desacostumada a sentir isso que dei o nome de sono.
Sempre acho a ideia de 'se aposentar para fazer o que bem entende' meio triste, né. Precisar esperar a velhice para sermos quem gostaríamos de ser é desolador.
Que bom que encontrou sua nova ou boa versão antes!
tudo em excesso faz mal. não seria diferente com o trabalho. trabalhar é importante, mas ter espaço para respirar, para relaxar, para distrair, também é fundamental. até para trabalhar melhor.
Há alguns anos, um dos meu trabalhos era em um hospital público. Eu tinha uma sala sem janelas. UMA SALA SEM JANELAS, onde eu permanecia muitas muitas horas por dia sem ver o sol. Um dia percebi que da janela do banheiro, ente 11:40 e meio-dia, entrava um ou outro raio de sol. Triste foi o momento em que decidi colocar uma cadeira no banheiro e passar uns minutos ali todos os dias.
É preciso abrir brechas. Espero que você encontre as suas. Boa sorte!
Trabalhar demais me fez uma pessoa pior. Sinto o mesmo. Quando trabalhava de dois a três turnos por dia eu vivia cansado, bravo, era a pior versão de mim. Quando decidi ganhar muito menos e ter uma vida com mais sabor, algo novo se mostrou. O Coimbra fala que a gentileza parte da atenção ao gesto. Concordo muito. O mesmo diz Maria Homem que para mudar é preciso morrer de certa forma. Hoje me curto melhor, mas vejo que estou na contramão do capitalismo produtivo. Melhor assim, o planeta agradece, minha pegada de carbono é menor.
Como Millenium vejo que o trabalho tomou uma proporção identitária em nossas vidas. Venho também de uma semana de férias onde descobri algo muito importante sobre mim: eu desconhecia a sensação de estar relaxada. Em um dado momento, já com alguns dias de férias, me peguei pensando: "acho que estou com sono". Era um meio de manhã, após uma noite bem dormida e em que eu estava me sentindo felizinha. Não uma explosão de alegria, aquela felicidade tranquila, sabe? E foi aí que me dei conta. O que eu estava sentindo não era sono. Esta felicidadezinha morna e ausência de tensão corporal e intelectual chama-se relaxamento. E eu sou tão desacostumada a sentir isso que dei o nome de sono.
Muito interessante. Tenho muita dificuldade de relaxar e curtir o ócio. Parece que o corpo nem sabe o que é isso. Um abraço
Sempre acho a ideia de 'se aposentar para fazer o que bem entende' meio triste, né. Precisar esperar a velhice para sermos quem gostaríamos de ser é desolador.
Que bom que encontrou sua nova ou boa versão antes!
Um abraço, Rodrigo!
É bem por aí mesmo. Obrigado ☺️ um abraço
tudo em excesso faz mal. não seria diferente com o trabalho. trabalhar é importante, mas ter espaço para respirar, para relaxar, para distrair, também é fundamental. até para trabalhar melhor.
E pra esse conhecimento teórico ficar na cabeça e entrar em prática? Que difícil, rsrs
quase impossível! rs
Há alguns anos, um dos meu trabalhos era em um hospital público. Eu tinha uma sala sem janelas. UMA SALA SEM JANELAS, onde eu permanecia muitas muitas horas por dia sem ver o sol. Um dia percebi que da janela do banheiro, ente 11:40 e meio-dia, entrava um ou outro raio de sol. Triste foi o momento em que decidi colocar uma cadeira no banheiro e passar uns minutos ali todos os dias.
É preciso abrir brechas. Espero que você encontre as suas. Boa sorte!
Que brecha sensacional você encontrou, Andreza. São essas brechas que nos conectam e nos salvam, quando é preciso. Um abraço
Trabalhar demais me fez uma pessoa pior. Sinto o mesmo. Quando trabalhava de dois a três turnos por dia eu vivia cansado, bravo, era a pior versão de mim. Quando decidi ganhar muito menos e ter uma vida com mais sabor, algo novo se mostrou. O Coimbra fala que a gentileza parte da atenção ao gesto. Concordo muito. O mesmo diz Maria Homem que para mudar é preciso morrer de certa forma. Hoje me curto melhor, mas vejo que estou na contramão do capitalismo produtivo. Melhor assim, o planeta agradece, minha pegada de carbono é menor.
Muito interessante, Samuel. É algo contra intuitivo mesmo. Gostei do argumento da pegada de carbono, vou aderir rs